Um dos livros mais errados que já li!
Título original: Too late.
Número de páginas: 384.
Autora: Collen Hoover.
Ano de lançamento: 2018.
Editora: Record.
Sinopse: Para proteger o irmão, Sloan foi ao inferno e fez dele seu lar. Ela está presa em um relacionamento com Asa Jackson, um perigoso traficante, e quanto mais os dias passam, mais parece impossível enxergar uma saída. Imersa em uma casa incontrolável que mais parece um quartel general, rodeada por homens que ela teme e sem um minuto de silêncio, também parece impossível encontrar qualquer motivo para se sentir bem. Até Carter surgir em sua vida.
Sloan é a melhor coisa que já aconteceu a Asa. E se você perguntasse ao rapaz, ele diria que também é a melhor coisa que já aconteceu a Sloan. Apesar de a garota não aprovar seu arriscado estilo de vida, Asa faz o que é preciso para permanecer sempre um passo a frente em seu negócio e proteger sua garota. Até Carter surgir em sua vida.
A chegada de Carter pode afetar o frágil equilíbrio que Sloan lutou tanto para conquistar, mas também pode significar sua única saída de uma situação que está ficando insustentável.
Colleen Hoover não tem medo de escrever sobre assuntos delicados e Tarde demais prova isso. Perpassando as formas mais cotidianas de machismo até as formas mais intensas e cruéis de abuso, a autora mergulha na espiral atordoante que é um relacionamento abusivo.
Depois de muito ouvir falar dos
grandes feitos literários dessa autora, a curiosidade decidiu me consumir e,
agora que deu uma amenizada no hipe,
eis que dei uma chance, mas sinceramente ela não caiu no meu gosto.
Parte de mim tentou me convencer
que era apenas eu mesma sendo do contra, mas na verdade vejo que talvez eu não
queira não gostar justamente por haverem tantas pessoas que defendem piamente
essa autora/obra. É como se nós tivéssemos que gostar porquê vai haver alguém
que vai dizer que não gostei por “não entender a história” ou “não ter
entendido onde ela queria chegar”. Talvez seja isso, talvez não, mas
oficialmente essa história não foi do meu gosto e explicarei porquê.
Antes de mais nada eu sei que
existem VÁRIOS relacionamentos abusivos por ai, que diariamente VÁRIAS mulheres
são violentadas, que constantemente NADA acontece e que as pessoas precisam
falar mais sobre isso para que esse quadro mude, mas a forma com que a autora
abordou tudo isso, ao contrário do que muitas pessoas dizem, não foi crua, ela
foi... Errada!
Na maior parte do tempo ela
estava achando uma maneira de justificar os atos do Asa (abusador), mostrando o
quanto ele sofreu na infância e tudo mais. Tudo bem, coisas acontecem com
pessoas e as mesmas geram consequências, mas poxa! NADA JUSTIFICA! Sem falar
que ele é, de longe, o personagem mais bem desenvolvido dessa história. Ou
seja: basicamente o foco é o abusador e tudo isso de uma forma “romantizada”.
Outro ponto que me incomodou demais foi o fato de que os dois
relacionamentos apresentados nessa história são incabíveis, ridículos e,
principalmente, problemáticos. Muitas coisas são forçadas demais e outras nós
simplesmente temos que engolir para tentar fazer a história funcionar e isso
não é legal. De um lado temos um relacionamento 100% abusivo e problemático e
do outro nós temos um instalove
proibido e problemático.
Sem falar que a Sloan (vitima), é
retratada de uma forma que o leitor é quase induzido a pensar que tudo que
aconteceu com ela foi culpa dela! Meu Deus do céu, eu achei isso TÃO errado que
quase me fez largar esse livro bem antes do meio.
Então essa combinação de
romantização do agressor, um apontamento constante de culpa por conta da vitima
e um segundo romance completamente forçado (como se apenas um homem pudesse
salvar uma mulher de um relacionamento abusivo, curando um “relacionamento” com
outro), me fez não conseguir gostar dessa história, sinceramente. Talvez eu
seja cega demais, mas eu não consegui ver essa história “crua e intensa” que
tantos viram. Na verdade tudo que encontrei nesse livro foram assuntos muito
sérios sendo tratados com descuido e até leviandade. Mas enfim... Gosto é
gosto.
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