"Senhoras e senhores, está aberta a septuagésima quinta edição dos Jogos Vorazes!"


Título original: Catching fire.
Número de páginas: 416.
Autora: Suzanne Collins.
Ano de lançamento: 2011.
Editora: Rocco.
Sinopse: Depois de ganhar os Jogos Vorazes, competição entre jovens transmitida ao vivo para todos os distritos de Panem, Katniss agora terá que enfrentar a represália da Capital e decidir que caminho tomar quando descobre que suas atitudes nos jogos incitaram rebeliões em alguns distritos. Os jogos completam 75 anos, momento de se realizar o terceiro Massacre Quaternário, uma edição da luta na arena com regras ainda mais duras que acontece a cada 25 anos. Katniss e Peeta, então, se veem diante de uma situação totalmente inesperada e, dessa vez, além de lutar por suas próprias vidas, terão que proteger seus amigos e familiares e, talvez, todo o povo de Panem.

“Em chamas” é, com toda certeza, o meu favorito da trilogia e isso se dá pelo fato de que o acho o mais “rebelde” de todos.
Veja bem: No primeiro a Katniss está apenas tentando sobreviver, ainda presa no laço que a Capital enrolou em torno dos Distritos. Então os atos de rebelião ali são amplamente espontâneos. Já no último há uma guerra instaurada, tendo as pessoas apenas que escolherem se estão do lado da Capital ou dos Rebeldes. Agora no segundo... O ato de começar a se rebelar, escolher tentar, mesmo sabendo dos riscos, mesmo sabendo que você pode ser apenas um grito no meio da multidão.

Então, basicamente, acho que, dos três, o segundo é o livro que mais precisa da coragem dos personagens, já que é o único que apresenta alternativas. Por um lado pode ser evitado o conflito, evitando uma grande perda de vidas (ou não), mas permanecendo submisso aos caprichos da Capital. Ou começar um levante, que pode envolver muitas perdas, mas finalmente se libertar da tirania. E tomar uma posição as vezes é mais difícil do encarar o resultado dela, já que ainda há o “E se...”, pairando no ar.
E além de nossa protagonista ter o peso dessa decisão pressionando seus ombros, há também muitos outros conflitos se desenvolvendo que podem afetar o veredito da mesma.
Nós temos aqui uma Katniss tendo que lidar com o pós-Jogos, os recém descobertos sentimentos do Gale (que não facilita em nada a missão de tentar simpatizar com ele, uma vez que sempre traz à tona o pior da Katniss e fica pressionando a garota, que já está abalada psicologicamente), toda a pressão para que ela viva feliz para sempre com o Peeta, o Presidente Snow a culpando com inflar os ânimos em todo país, as bruscas mudanças administrativas no Distrito 12, a descoberta sobre os levantes em outros Distritos e, principalmente, o Massacre Quartenário.
Gente, a primeira vez que li essa belezinha, estava preparada para TUDO, menos eles tendo que voltar para a Arena. Real! Eu já estava ali vendo a Prim sendo escolhida novamente, mas não a Katniss.
Outra coisa importante é que, novamente, fica claro o quanto o Peeta é o dono de tudo isso. Tanto que, durante as entrevistas, a maioria dos tributos tentam refrear a Capital, questionando a legitimidade do Massacre, mas o único que chegou perto de desestabilizar todo o sistema foi ele. E COM UMA ÚNICA FRASE. De novo. E, mais uma vez, ele consegue manter-se integro e firme em suas convicções, mesmo com toda a instabilidade e inconstância da nossa protagonista.

Os personagens que são inseridos aqui também são maravilhindos, além de cruciais para o que vai se desenrolar. (Sim, estou falando do Finnick, da Johanna e do Beetee.)
Mas a cereja do bolo, o que me fez amar esse livro a ponto de quase morrer do coração, foi ter aprofundado e ter dado um vislumbre de quem realmente foi/é o Haymith. (Ter um vislumbre dele quando competiu/venceu os Jogos foi tão incrível que até hoje sonho com um livro sobre isso. Mesmo que fosse um livro de contos sobre os Jogos de outros personagens já me deixaria morta de tanta felicidade! SUZANNE, POR FAVOR! NUNCA TE PEDI NADA!)


E aquele final... Sofrido, porém épico.

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