Uma aula de como falar sobre assuntos importantes sem apelar.


Título original: Sex Education.
Data de lançamento: 11 de Janeiro de 2019.
Direção: Ben Taylor e Kate Herron.
Número de episódios: 08.
Duração média por episódio: 45 minutos.
Distribuidora: Netflix.
Países de origem: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.
Classificação indicativa: 16+.
Sinopse: Otis Thompson (Asa Butterfield) é um virgem com ansiedade social que é filho de uma terapeuta sexual (Gillian Anderson). Por ter crescido cercado por manuais, vídeos e conversas abertas sobre sexualidade, ele torna-se um expert no assunto - mesmo que contra sua vontade. Assim que as pessoas de sua escola descobrem sobre sua mãe, ele decida usar seu conhecimento para melhorar sua reputação.

É engraçado como sexo é uma coisa que nos fazem, desde sempre, almejar, mas não se fala abertamente sobre ele. E quando se fala é aos sussurros ou no abraço de um grupo seleto e de confiança de amigos.
Nos dão a entender o quanto ele (o sexo), é bom e natural. Que faz bem ao coração, ao cabelo ou a pele. Nos dizem que está tudo bem que o façamos, desde que com responsabilidade. Mas não nos ensinam sobre ele.
E quando estamos na puberdade, com os hormônios a flor da pele, é que o sexo se torna nossa maior meta e mito. Mas nós não sabemos nada sobre ele e não sabemos nada sobre nós. E de onde tiramos nossas bases para tudo? Isso mesmo! De filmes hollywoodianos e vídeos pornôs. E, apenas depois de muito tempo e tentar uma ou outra vez, é que percebemos que procuramos as bases nos lugares errados. Só que essa falta de base faz com que muitas pessoas sejam reprimidas e insatisfeitas com algo que deveria ser incrível, como nos vendem.
Não nos ensinam a amarmos nossos corpos, aceitarmos nossas limitações, descobrirmos nossos gostos, aprendermos sobre os outros, aceitarmos nossas orientações, entendermos nossas limitações... E isso faz com que mais e mais pessoas acabem frustradas e mais e mais jovens busquem desenfreadamente por algo que eles acreditam, sem saber, ser algo que vai mudar a vida deles.
E eu acho que foi isso que mais gostei na série Sex Education: Ela fala, de uma forma engraçada e ao mesmo tempo didática, sobre sexo, sexualidade e relacionamentos. Sem romanizações, sem firulas. Apenas a realidade. Deixando que a normalidade se aposse desse assunto que nos vendem como tabu.
É de extrema importância que se fale sobre isso com jovens. Quanto mais instruídos estamos, mais fácil é lidarmos com as coisas e agirmos da melhor maneira. Agora quando algo é mítico e não falado, é óbvio que a adrenalina pela descoberta se fará presente e cegará aquele que quer desbravar o assunto.
De uma forma completamente descontraída a série nos faz confrontar assuntos como: menstruação, aborto, descobertas quanto a orientação sexual, frustração sexual, masturbação, sentimentos, entre outros. Tudo isso dentro de uma época bem conturbada que é o ensino médio e com um tom que é alcançável aos membros viventes dessa fase. O que faz com que a série se torne educativa, mas sem deixar que o publico esqueça que é apenas um entretenimento.
Agora indo diretamente para o técnico da série, posso dizer com toda certeza meu personagem favorito é o Eric.
Vi muita gente comentando sobre ele por causa das roupas, mas para ser sincera essa foi a coisa que menos reparei, mesmo os looks dele sendo exóticos e incríveis. Primeiro porque a atuação do Ncuti Gatwa esta primorosa e; Segundo porque os plots e sub-tramas dele me fizeram chorar horrores. (A parte dele dançando no baile com o Otis me fez chorar tanto que quase morri desidratada.)
Também gostei muito da mãe do Otis. Meu Deus! Aquela mulher me deixava sem folego! E eu, com toda certeza, queria ter uma mãe assim! Ficava o tempo todo entre querer casar com ela ou pedir para me adotar. (Inclusive ainda estou confusa quanto a isso. Aceito sugestões.)

Otis e Maeve são bons protagonistas, mas em dado momento achei que estava forçando/complicando demais a trama envolvendo-os. O que fez com que isso não se tornasse algo grave foi que tudo era aliviado pelas tramas dos outros personagens. Inclusive aguardo ansiosamente por uma segunda temporada justamente por outros plots, que não dos protagonistas.
A trilha sonora também é MARAVILHOSA. Mas em alguns momentos era encaixada sem qualquer inventividade. Por exemplo: Um casal ia se beijar e a trilha sonora começava com a palavra “beijo” ou era sobre isso. Gente, que eles estão se beijando eu estou vendo! Geralmente a trilha sonora tem que ser complementar. Por exemplo: Eles vão se beijar e a música fala como eles estão se sentindo. (Mas isso foi em apenas alguns casos. Não sou nenhuma profissional de cinema, mas notei isso em algumas partes. Controle os julgamentos. Não é nenhum demérito)
Analisando a série de forma geral e resumida, eu diria que vale super a pena conferir. E não apenas por trazer um tema tão importante e necessário, mas sim por ser uma série que consegue ser leve dentro da própria sobriedade. E isso é um louvável êxito. Fica a indicação.

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