Um livro PP- Polêmico e Perfeito.

Título original: Middlesex.
Número de páginas: 576.
Autor: Jeffrey Eugenides.
Ano de lançamento: 2014.
Editora: Companhia das Letras.
Sinopse: Para entender o que a tornou tão diferente das outras meninas, Calíope precisa investigar segredos de família e a espantosa história de uma mutação genética que atravessa as décadas e a transformará em Cal, um dos mais audaciosos narradores da ficção contemporânea. Sofisticado, recheado de referências literárias, e ao mesmo tempo envolvente, Middlesex é uma reinvenção do épico americano, que alia as tradicionais sagas familiares à mais virtuosa narrativa pós-moderna. Um romance intergeracional e intersexual, vencedor do Pulitzer em 2003.


“Middlesex” é a prova de que uma história polemica pode se tornar simples e, quando muito bem contada, estupenda.
Nossa trama começa em 1922 e vai avançando por vários momentos importantes dos EUA, como a era Ford, Lei seca, a Depressão, a Guerra Mundial, a queda da Lei seca, Guerra do Vietnã e etc, assim acompanhando gerações da família Sthephanides, até chegar em Calíope, que nasceu duas vezes: Uma em 1960, como uma garota. E outra em 1974, como um garoto.
Abordando temas importantes como: preconceito racial e religioso, incesto, intersexualidade, identidade de gênero, desigualdades, tanto raciais quanto de gênero, e outros diversos assuntos, todos de maneira tão fluida e natural, tão encaixados na trama, tão dentro do contexto, que o autor deveria ser aplaudido por um dia inteiro.

" Vivo minha vida e cuida das minhas feridas. Não é a melhor maneira de viver. Mas é assim que eu sou."
(Capítulo- Minotauro. Página 121)

Essa foi uma leitura incrível e suave, mesmo com a quantidade de temas pesados que são abordados. E por mais que pareça que seja uma trama complexa, a maneira com que a história é narrada faz com que tudo seja muito retilíneo, fazendo com que as partes mais sérias na verdade agreguem profundida e não peso a trama.
Não tem como não indicar essa belezinha aqui.

"A vida tinha começado de um jeito e, de súbito, dobrava a esquina e virava outra coisa."
(Capítulo- A última parada. Página 563)

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