Algumas vezes eu gostaria de errar quanto ao meu próprio gosto.


Título original: To all the boys I've loved before.
Direção: Susan Johnson.
Duração: 100 min.
Classificação: 14+.
Lançamento: 17 de Agosto de 2018.
Distribuidora: Netflix.
País de origem: EUA.
Sinopse: Lara Jean é uma garota atrapalhada e ingênua, mas muito forte. Romântica, ela escreve cartas para os garotos por quem se apaixonou. Mas tem um detalhe: nunca as envia. Até que um dia essas cartas são misteriosamente enviadas aos respectivos destinatários, e a vida amorosa da garota toma outro rumo.

“Para todos os garotos que já amei” foi um livro que nunca me atraiu, mesmo eu sendo louca por romances fofinhos e clichês, e um filme que adiei bastante, tanto pelos meus pré-conceitos quanto por causa do hipe. Mas eis que a curiosidade me venceu, como sempre, e decidi dar uma chance. Só que, bem...
Eu sou uma grande fã de romances. É difícil eu admitir isso, mas desde sempre gostei de finais felizes e casais que enfrentam alguns conflitos, mas acabam juntos. E filmes/livros adolescentes sempre suprem esse meu lado que necessita desesperadamente que o amor dê certo. Mas mesmo dentro de todo meu mundo cor de rosa existem limites e acho que essa história acaba caindo exatamente nele.
Quer dizer: a trama em si não possui nada de novo. Uma mocinha boazinha, um cara popular, um segundo cara bonitão, ensino médio, ex-melhor amiga megera, namoro fingido, namoro real... Enfim: Nada de novo sob o sol. Mas o que diferencia um romance do outro é o ingrediente secreto: QUIMICA. E isso faltou aqui.
Desde que li a sinopse do livro, alguns poucos anos atrás, eu, de alguma forma, já sabia que não seria para mim e que faltaria algo. (Sexto sentido, talvez? Autoconhecimento? Não sei!). Mas eu sou o tipo de pessoa que quer provar a si mesma que está errada, então como haviam produzido esse filme, eu tenho Netflix e estava com a noite livre, sem querer começar nada significativo, eis que vi a oportunidade perfeita. Se eu gostasse do filme poderia bater na minha cara e ir ler o livro. Mas não gostando estaria confirmado que conheço meus gostos. E eu me conheço.
De fato as luzes do meu coração não acenderam com esse casal. Ambos são completamente sem sal e sem química, e Lara Jean se anula tantas vezes que apenas senti que essa menina precisa de amigas melhores e uma noite das garotas, apenas para deixar de se sabotar.
Na verdade Lara Jean é a famosa protagonista insegura o suficiente para que a maioria das garotas se identifiquem e isso é um puta de um golpe baixo!
Sem falar que o Peter K é o típico mocinho que toda mocinha insegura quer: Um belo sorriso, um bom físico, popular (mas com seu lado fofo), bom em esportes, engraçado, bom com os familiares, mas mesmo assim complicado... Enfim: o cara perfeito!
Sabe fórmula? Essa autora usou!
E mesmo ela tendo em mãos dois protagonistas perfeitos, na minha opinião, ela não conseguiu uni-los e transforma-los em um casal que faz o público torcer por. Ou apenas o roteirista era horrível e acabou com o livro dela! Se foi esse o caso, um processo seria uma ótima opção. Mas como eu vi muitos fãs elogiando a adaptação, me resta apenas acreditar que no geral não é do meu gosto.
O único diferencial mesmo seria o fato de que nossa protagonista é descendente de asiáticos, (coreana, se não me engano), mas isso foi explorado tão superficialmente que torna-se apenas um detalhe qualquer. (Já ouvi comentários que, pelo menos, esse lado é mais explorado no livro, mas como não li, não posso dar certeza.)
Enfim... É apenas um romance adolescente com protagonistas que não combinam. O que torna a experiencia de assistir ao filme como comer chocolate com areia. A gente sabe que chocolate é bom, mas ele não é capaz de salvar todas as combinações.

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