Mesmo com seus problemas, é uma narrativa intrigante e gostosa.

Título original: Black Ice.
Número de páginas: 304.
Autora: Becca Fitzpatrick.
Ano de lançamento: 2015.
Editora: Intrínseca.
Sinopse: Britt Pfeiffer passou meses se preparando para uma trilha na Cordilheira Teton, um lugar cheio de mistérios. Antes mesmo de chegar à cabana nas montanhas, ela e a melhor amiga, Korbie, enfrentam uma nevasca avassaladora e são obrigadas a abandonar o carro e procurar ajuda. As duas acabam sendo acolhidas por dois homens atraentes e imaginam que estão em segurança.

Os homens, porém, são criminosos foragidos e as fazem reféns. Para sobreviver, Britt precisará enfrentar o frio e a neve para guiar os sequestradores para fora das montanhas. Durante a arriscada jornada em meio à natureza selvagem, um homem se mostra mais um aliado do que um inimigo, e Britt acaba se deixando envolver. Será que ela pode confiar nele? Sua vida dependerá dessa resposta.



“Gelo negro” é um livro que tem algumas partes problemáticas, mas que dentro das mesmas existem mensagens importantes.
No inicio nós temos o verdadeiro protótipo de mocinha sem noção: Uma garota fútil, com uma melhor amiga rica e que a trata como lixo, apaixonada pelo cara lindo, sofrido e popular, mas que terminou com ela sem explicar nada e agora tudo que ela quer é reconquistá-lo. Tanto que abre mão de suas férias de verão para acampar e fazer trilhas nas montanhas, apenas para chamar a atenção dele. Só que o destino sempre trata de ensinar as pessoas da pior maneira, então uma tempestade de neve surge para acabar com seus planos e cruzar seu caminho com dois criminosos fugitivos, que a sequestram e a coagem para ajuda-los a sair da montanha.
Basicamente o que mais gosto nesse livro é a evolução, mesmo que bem tropeçante, de nossa protagonista. Se nas primeiras páginas nós temos uma Britt completamente passiva, que espera sempre que uma figura masculina venha para resgatá-la, ao melhor estilo mocinha indefesa. Quando terminamos a leitura, nós nos deparamos com uma mulher muito mais madura e segura de si. O que é uma coisa maravilhosa, mesmo não sendo integral.

"Se soubesse que as coisas acabariam assim, eu teria treinado mais. Eu teria aprendido a cuidar de mim mesma. Mas acho que essa é a questão, não é mesmo? Você nunca sabe o que terá que enfrentar, então é melhor estar preparado."
(Página 178)

Nosso mocinho, mesmo com alguns pontos bastante negativos, também tem muitas ações que contribuem para a evolução da nossa protagonista. Principalmente no quesito de encorajá-la e estimulá-la a melhorar e ser mais corajosa. Então, mesmo que suas justificativas não o redimam completamente do que fez, não posso mentir e dizer que não gosto ou que não senti uma quedinha por ele. (Pelo menos, ao contrário de muitos outros personagens, esse teve um arco de redenção bem feito e eficaz.)
O pior é que não posso dar minha opinião sobre a trama, já que seria um mega de um spoiler. Então tudo que posso dizer é: As motivações me revoltaram muito e couberam super no arco de evolução da protagonista. (Mas ainda assim me senti revoltada a ponto de querer iniciar minha revolução feminina. Mulheres, uni-vos!)

"_E foi por isso que você as matou? Porque elas tinham o que você não tinha?
Eu estava horrorizada. Horrorizada e enojada.
_Elas eram garotas. Garotas me superando, Britt. Como eu viveria com isso?"
(Página 249)

No geral é um livro que gosto bastante, mas sei que grande parte disso é por causa da escrita da autora, que me cativou desde o primeiro livro que li dela. Então, sim, recomendo.

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