Happy hunger games! And may the odds be ever in your favor!
Título original: The hunger games.
Número de páginas: 400.
Autora: Suzanne Collins.
Ano de lançamento: 2010.
Editora: Rocco.
Sinopse: Constituída por uma suntuosa Capital cercada de 12 distritos periféricos, a nação de Panem se ergueu após a destruição dos Estados Unidos. Como represália por um levante contra a Capital, a cada ano os distritos são forçados a enviar um menino e uma menina entre 12 e 18 anos para participar dos Jogos Vorazes. As regras são simples: os 24 tributos, como são chamados os jovens, são levados a uma gigantesca arena e devem lutar entre si até só restar um sobrevivente. O vitorioso, além da glória, leva grandes vantagens para o seu distrito.
Quando Katniss Everdeen, de 16 anos, decide participar dos Jogos Vorazes para poupar a irmã mais nova, causando grande comoção no país, ela sabe que essa pode ser a sua sentença de morte. Mas a jovem usa toda a sua habilidade de caça e sobrevivência ao ar livre para se manter viva. As reviravoltas do jogo e as dificuldades enfrentadas pela protagonista levam os leitores a sofrer junto com ela, enquanto descobrem um pouco sobre seu passado e seu relacionamento com Peeta Mellark, o outro tributo enviado pelo Distrito 12 para lutar nos Jogos Vorazes.
“Jogos Vorazes” é um livro que possui uma carga emocional muito
grande para mim, então essa foi uma releitura intensa e que teve um gostinho de
novo.
Quando li essa gracinha pela
primeira vez, as certezas da adolescência me cegaram para muitas coisas. Por
exemplo: Nos primeiros capítulos eu já tinha certeza que a Katniss ficaria com
Peeta, que o Snow era o grande vilão e mais um monte de coisas. Agora relendo,
um pouco mais velha e mesmo sabendo o total da história, vejo o quanto essas
certezas foram unicamente baseadas nos meus “sentimentos”.
É incrível como o amadurecimento
faz com que algumas coisas saiam do foco. Tanto que na primeira vez, estava
completamente focada em nosso casal e como os Jogos iriam interferir nisso.
Agora as coisas mudaram e essa avaliação foi invertida. E ver sob esse novo
prisma, acabou me apresentando uma “nova versão” desse livro que já me era tão
conhecido.
Para novos olhos ou que focam no
romance, toda a questão politica levantada pode ficar explicita, mas
superficial. Agora, quando se olha com atenção, é impossível deixar de ver esse
traço tão latente e essa critica tão aberta. E até mesmo se torna possível
trazer algumas coisas que acontecem para nossa própria realidade e levantar
questionamentos a respeito.
Afinal, já não existe uma
Capital? Um lugar onde os ricos e famosos vivem, enquanto todo o resto fica em
volta para servir e aproveitar as migalhas que lhes são concedidas? Já não é
comum que algumas pessoas se prendam a superficialidades estéticas e façam
loucuras para se enquadrarem no padrão, como vomitar e etc, enquanto outros
apenas almejam que no dia seguinte possam possuir um prato de comida que supra
apenas o necessário para se conseguir outro? Já não vivemos em um mundo onde
somos constantemente colocados uns contra os outros e separados em
“bandos/classes/castas”? Já não somos ensinados que ficar “cuidando da vida dos
outros” é entretenimento?
Claro que na trama as coisas são
muito mais intensas e graves, afinal é uma distopia, mas isso não quer dizer
que não há uma boa dose de verdade nesse drinque.
Falando em drinque... Uma das
coisas que me irritaram nessa releitura foi a própria Katniss. Sei que todo o
comportamento dela é incrivelmente verossímil e compreensível, mas em alguns
momentos (por conta de toda a inconstância da personagem), me dava vontade de
fazer igual a menina do meme, pegar meu copo de água e dizer a ela a sábia
frase: “Vaza fia!”.
Um a quem dei um pouco mais de
atenção foi o Peeta. Todos dizem que a Katniss é a cara da revolução desde o princípio,
mas com essa leitura achei que o verdadeiro revolucionário sempre foi ele.
Tanto que tem uma parte, antes de entrarem na arena, em que ele diz que não tem
pretensão de ganhar, mas que quer achar uma maneira de mostrar que ele não é
mais um peão no jogo da Capital. Tanto que ele passa os Jogos todo tentando
fazer com que ela fique viva e, possivelmente, ganhe. Ele não se esqueceu quem
era. Não se esqueceu do que sentia e não deixou que as regras dos Jogos
tirassem isso dele. E esse foi o primeiro e verdadeiro ato de revolução que
possibilitou todos os outros.
(O maior ato de revolução é não
deixar que a sociedade mate quem você é!)
Então, para mim, por mais que ela
tenha virado a cara da revolução, o verdadeiro rebelde é o Peeta. (Sem falar
que ele é maravilhoso. Deus!)
Outro a quem acabei dando um
pouco mais de atenção foi o Cinna. É impressionante, olhando-o com o total da
história na cabeça, o quanto ele sempre foi fora dos padrões da Capital e um
rebelde nato. (Geralmente os grandes artistas sempre são.)
Enfim: É complicado e instigante
voltar a esse universo tão conhecido e vê-lo com novos olhos. Com toda certeza
essa é uma leitura que indico fortemente.
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