"O medo é um poderoso estimulante." (Capítulo quarenta e um)
Título original: The handmaid's tale.
Número de páginas: 368.
Autora: Margaret Atwood.
Ano de lançamento: 2017.
Editora: Rocco.
Sinopse: Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano
“O conto da aia” foi um livro incrível e assustador.
Incrível pela escrita, pela
ambientação, pela obra em si. E assustador pelos mesmos motivos.
O que mais me impactou quanto a
esse livro (tirando a trama de forma geral), foi ver coisas que já acontecem em
nosso cotidiano, coisas que são “comuns”, através da lupa de aumento que é essa
história e pensar: “Poxa, olha. De alguma forma essa já é uma história real”.
Sem falar que as coisas narradas
ali são tão palpáveis que você chega a se sentir apreensiva pensando: “Nossa,
isso bem que pode acontecer”. Como grande parte já aconteceu ou acontece em
alguns outros países.
Retirada de todos os direitos das
mulheres, casamentos arranjados e compulsórios, maternidade compulsória, dogmas
religiosos violentamente impostos, superiorização da imagem masculina,
predominação do patriarcalismo... Tudo isso acontece ou já aconteceu com maior
intensidade em nossa sociedade. E é bizarro ver que uma história tão pesada e
assustadora na verdade possui muitos elementos vindos diretos da realidade.
Sinceramente acho que todo mundo
deveria ler esse livro. Principalmente aqueles que são ingênuos o bastante para
achar que apenas por haver até o momento uma “democracia” para assegurar nossos
direitos, que não é preciso fazer mais nada. Que podemos relaxar no sofá e
aguardar que tudo “tome um jeito”. E, com toda certeza, mulheres. Com
exclusividade aquelas que acreditam que movimentos como o feminismo são
“desnecessários”.
De maneira geral posso apenas
assegurar que é um livro incrível, assustador e com um final que quase me fez
gritar em público: “NÃO FAÇA ISSO COMIGO! EU PRECISO DE RESPOSTAS!”.
Inclusive estou pensando em fazer
o quê? Isso mesmo! Começar a série pela segunda temporada, já que dizem que a
primeira está muito fiel ao livro e a segunda é uma “continuação direta” do
mesmo.
Leiam. Por favor, leiam!
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