A adolescência e seus complexos.




Título original: The D.U.F.F.
Direção: Ari Sandel.
Estréia: 30 de Julho de 2015.
Duração: 101 minutos.
Classificação: 12+.
País de origem: EUA.
Sinopse: Bianca é uma garota feliz do colégio, que só tira boas notas e pode contar sempre com suas duas melhores amigas, Casey e Jessica. Até descobrir que na escola ela é considerada a D.U.F.F. das suas amigas, o mundo colorido de Bianca vira de cabeça para baixo.

DUFF foi um filme que acabou tendo um efeito diferente do que eu imaginava quando decidi assisti-lo.
Tudo bem, aqui nós temos apenas mais um romance colegial como vários outros. Mas tinha muito tempo que não assistia romances desse tipo, então esse me fez cair em uma bad vibe bem forte.
No filme nós somos apresentados a protagonista, que é apenas uma pessoa comum, mas que tem duas melhores amigas que são super gatas. E em um dado momento ela se depara com o termo DUFF (D.U.F.F é a sigla para "designated ugly fat friend", que significa: amiga designada para ser feia e gorda), e se dá conta que é esse o papel que ela desenvolve em seu “grupo”. (Ou, pelo menos, é isso que ela acha.)
Em resumo: Eu fiquei abalada porque esse foi um filme que me fez lembrar do pior traço do ensino médio: a competição. E eu não conseguiria dormir antes de escrever sobre isso.
Uma coisa que acontece no Ensino Médio é a total retaliação da autoestima da maior parte dos estudantes. E isso se dá ao fato de que, nessa época, é alimentada a ideia de que nós temos que nos provar. Una isso com as transformações corporais, hormônios e pressões sociais para que, de uma hora para hora, se encaixe ao mundo adulto e defina o futuro. Queridos, o resultado dessa receito é o total inferno. (Que pode ser reduzido ao termo: adolescência.)
Agora coloque um bando dessas pessoas em um mesmo lugar, por várias horas por dia, cinco vezes na semana... Sim... É difícil! Eu não sei como guerras não são iniciadas diariamente nesse tipo de local! É um milagre!
Por mais que nós não falemos muito sobre isso, vivemos em um reino animal onde a cadeia alimentar é super valorizada. Mas no Ensino Médio isso é BRUTAL.
Aqueles que tem a sorte de não serem tão estranhos nesse período, gostam de pisotear sem pena aqueles que não são tão agraciados pelo universo. Porque, sejamos sinceros, quase ninguém é bonito de verdade nessa época. Hormônios, espinhas, transição... Mas tem aqueles que não ficam tão ruins assim, que são vulgarmente conhecidos como: ”populares”. E ao assistir esse longa acabei puxando memórias desse período tão conturbado. E o que me veio? Sim, que eu sempre fui a estranha. E se formos olhar pelo ponto de vista do filme: eu era a DUFF. E isso foi meio... Desolador.
Claro que ao final o filme passa aquela mensagem bacana de aceitação e tudo mais, mas sempre será estranho ver de fora o quanto essa fase da vida é complicada e intensa. (E o quanto a gente negligencia isso. É incrível como sobrecarregamos adolescentes e depois dizemos que é frescura. Mas quando olhamos para nossa própria adolescência, vemos o quanto essa fase é assustadora.)
Se você gosta de filmes adolescentes, pode abrir sua Netflix agora e assistir! Caso não, fica a dica para passar longe.

HAAAAAAAA! Esse filme foi baseado em um livro homônimo. Eu não o li, mas para aqueles que gostaram muito do filme, fica a informação.



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